quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Era uma vez o amor

Era uma vez duas almas perdidas.
Nada podia se esperar entre essa vidas.
Aparentemente em nada combinavam,
Apenas que solitárias, ambas, andavam.

Mas um dia se encontraram
E quando os olhares se encontraram
Viram que algo havia acontecido:
Um no outro, não se sentiam perdidos.

Era uma vez duas almas perdidas,
Que além de enamorados tornaram-se amigas
E no dia-a-dia de suas existências
Trocam, dia após dia, suas confidências.

E, assim, fizeram-se amantes.
Da solidão se tornaram distantes
E do amor, ah...
Do amor eles fizeram seu lar.


domingo, 3 de novembro de 2013

PRESSENTIMENTO

Que meus olhos não vejam outra vez a escuridão da noite
Nem meu coração prove outra vez desse açoite
Que meus olhos não se cravejem em diamantes de minh'alma
Nem meu coração se perturbe e perca  a calma.

Porque seu amor é como o sol de meu dia
Que me trouxe paz e alegria
Que trouxe esperanças pra meu coração  desiludido
E me deu norte quando estava perdido.

Não, não quero que enlouqueça ou que corra
Muito menos que esse sentimento de ti morra
Ou seu ser de mim se faça arredio

Amor, venha, te protejo desse vento frio
Esteja nos meus braços, antes que seja tardio
E encobra a ti este pensamento sombrio.

sábado, 2 de novembro de 2013

Poesia astral

AR

Quero ser sua respiração
Eu, o ar, dar fôlego pra seu coração.
E acariciar sua pele macia
Levando a agonia de um quente dia.



TERRA

Sou seu firmamento, sou seu chão,
Sou lugar seguro pra seu coração.
De mim brotam as mais lindas flores,
Para afastar de ti todas as dores.




AR

Terra minha, terra minha,
Meu ser por toda sua extensão caminha.
E, uma vez atraído por sua gravidade,
Expresso junto de ti toda minha liberdade.

TERRA

És a beleza de meus olhos por tão céu azul
Por isso estarei contigo, de leste a oeste, de norte a sul.
Aparentemente não temos nada em comum
Mas no vazio do Universo somos ambos um.

















domingo, 6 de outubro de 2013

Quando o amor não chega

Arrumei o quarto, perfumei a casa,
Mas meu amor não vinha.
Tirei a barba, também de perfume estava
Mas meu amor não vinha...

Caminhei de vez em quando até o portão
Nas vezes que ia apertava o coração,
E todas vezes me entristecia e voltava:
Afinal ele ali também não estava...

Cada minuto passava como hora
Cada barulho punha os olhos lá fora
Tanta mensagem, tanta ligação
Mas nenhuma delas era sua.

Tanta expectativa, tanta ilusão
Me levantei e fui até a rua
Os olhos transbordavam minha falta de paz
Ao perceber: meu amado não viria mais...







sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Amor perdido


A poesia fugiu de mim
Foi procurar outro lugar
Talvez os braços de um coração
Que ainda saiba amar.

"Não sou belo", dizia comigo...
"Não sou belo", repetia comigo.
Sentia-me casebre, e não castelo.
Achava-me pouco, sentia-me esquecido.

Parecia importante ser assim:
Cuidar da aparência, e esquecer de mim...
Quem eu tenho sido de verdade todo esse tempo?
Tenho fingido alegria onde só tem desalento?

Face de disfarce...
Em que espelho ficou perdido minha outra parte?
Nestas águas de dúvidas eu mergulho
E nestas questões imersas afasto meu orgulho,
Onde permaneci meu coração?

Tenho medo medo de me apaixonar outra vez
E, no momento em que a poesia reclinar em minha tez,
Minha sorte mudar de direção

Acho que perdi esta poesia,
Mas nunca irei desistir de uma dia
Encontrar esse sonho: o amor...

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O espelho e o tempo

      Esta não vai ser uma história de mais uma pessoa comum, aliás, ao menos não a princípio. Joãozinho, como era chamado pelos amigos, tinha 20 anos e não era dos garotos populares que preferem e gostam de aparecer. Sempre fora muito tímido e pensativo, de modo que muitas vezes fitava o olhar em algum ponto e mergulhava nos próprios pensamentos e ficava assim, até que alguém viesse a interpelar o fio de suas ideias.
      Era difícil saber o que se passava na mente daquele garoto, afinal ele não falava muito sobre seus pensamentos e ambições, muito menos sobre o que sentia. Na verdade sentia vergonha de si mesmo, sim, vergonha. Pois apesar de não estar no time dos garotos populares da faculdade não expurgava seu desejo em ser como um deles. Sonhava em em ter um corpo mais trabalhado, vestir roupas atraentes, ter uma conversa mais descolada. Mas não, ele sabia que não era apenas isso, ele não conseguiria ser desse modo, afinal ele jamais conseguiria ser tão perfeito quanto desejava. Sentia-se um bom aluno, tirava boas notas, era gentil com as pessoas, tentava ser agradável a todos, mas sentia-se incompleto, faltava-lhe algo... Faltava-lhe ainda mais que uma ou duas coisas, queria ser como seu "eu" de suas ideias, capaz de tudo, um "superhuman". Era nisso que dispensava tantos pensamentos. Imaginava como seria legal ser outra pessoa, e não quem era. Sentia-se invisível diante de seus semelhantes, algumas vezes até mesmo inferior. 
      De todas as ideias que tinha a que mais lhe agradava era de voltar no tempo, mas não com a memória de outrora, e sim com a de hoje. Ja imaginou que interessante seria se ele pudesse realizar esse desejo? Consertaria todos os erros que já havia cometido, cuidaria melhor de sua saúde, sem falar que seria uma criança privilegiada e conseguiria um histórico escolar ainda mais invejável, e o melhor, num tempo récorde! Quem não se agradaria em conviver com uma pessoa prodígio?  Quantos amigos não se aproximariam de sua pessoa? Pensava alto nestas coisas e assim desejava-as de todo coração. 
      Gostava de pensar nelas antes de dormir. Nessa hora parecia que os pensamentos se aproximavam da realidade e ele conseguia se sentir num sonho quase real. Os olhos pesados iam acompanhando os pensamentos que iam desaparecendo na escuridão da noite até pegar no sono. Foi isso que ele fez hoje após vestir seu pijama:  deitou-se e começou a divagar sobre sua existência. A janela de seu quarto mostrava um céu limpo e repleto de estrelas e é para elas que ele envia seus pensamentos. Para a imensidão do céu, tão misterioso como a vida. Tão longe quanto pareciam seus objetivos e metas. Pensava mais uma vez sobre voltar no tempo e ser criança outra vez e assim seus olhos foram fechando, fechando, fechan...

-- João! Acorda João! Tá na hora de ir pra escola, e você já está atrasado!
-- Mãe, ainda tá cedo pra ir pra faculdade, eu só tenho aula à tarde...
-- É o que menino? Tá sonhando ainda? Sua faculdade ainda vai ser daqui a doze anos! Agora vá tomar banho que se não puxo suas orelhas!

      De súbito Pedro pula da cama e, ainda desnorteado, cambaleia até o espelho do banheiro onde se defronta com a  mais incrível visão de si: muitos centímetros mais baixo e com um aspecto impressionantemente infantil, assim como nos velhos tempos. 

-- Mãe, que data é hoje? -- grita do banheiro.
-- Terça-feira, João. Dia 1 de setembro -- responde da cozinha.
--Sim, mas de que ano, mãe?
-- Tais ariado é? Estamos em 2001, meu filho!
     
 Não podia ser! De alguma forma havia retrocedido no tempo e agora era uma criança novamente. Tinha lembranças vagas sobre sua escola nessa época. Recordava-se dos corredores imensos onde brincava com seus amigos. Lembrava-se dos professores com quem aprendera tantas coisas novas. Estava ansioso para revisitar aquele ambiente tão esquecido em sua memória. 

-- Vem filho! Seu café tá pronto!
-- Já vou mãe! Nossa! Leite com Nescau e panquecas? Há quanto tempo não comia isso!

      Sua mãe estava achando o jeito de seu filho estranho naquela manhã... Não parecia ele. De alguma forma  notara que seu filho estava com um brilho diferente no olhar, como se fosse outra pessoa em seu corpo. Mas preferiu ignorar o fato e tentou afastar qualquer pensamento dessa natureza.

-- Que é isso Joãozinho, você comeu panquecas  com leite achocolatado ontem...
-- Ah, foi mesmo...! -- responde ao perceber o olhar já estranho de sua mãe.
     
      A caminho da escola pára em frente ao obelisco da praça central e esteve a olhar para ele alguns minutos: como ele parecia bem menor quando comparado ao de suas lembranças. Notara que acontecia o mesmo com sua casa, a qual também parecia bem menor que aquela de sua memória. Percebia tantas coisas diferentes que jamais notara quando criança, até mesmo com relação a pessoas. Em realidade esperava que as coisas e seus significados não mudassem ou, se mudassem, que não fizesse tanta importância. Entretanto se sentia muito inseguro quanto a isso.

      Ao entrar na escola é conduzido até sua sala de aula. Ainda se lembrava daquela aula inaugural, inclusive de alguns detalhes dela. O teorema tão desafiador na aula de matemática seria tão facilmente respondido, que lhe renderia o prêmio que seu professor prometera à turma.

-- Então, alunos, sejam bem-vindos! Gostaria de, antes de iniciar novos assuntos, lançar um desafio pra vocês: quem resolver este teorema vai ganhar de brinde um lanche no intervalo!
Neste momento nenhuma mão havia sido levantado, exceto uma:
-- Eu topo!
-- Vejamos só! Temos um candidato! Pode vir até a lousa.

      Em menos de 5 minutos Pedro encontra a resposta e, a olhares eufóricos e admirados de seus colegas, recebe os parabéns de seu professor. Tudo fora mágico. Mas algo o incomodava profundamente a todo instante. Mesmo que não soubesse de fato do que se tratava. Sua mente ainda parecia se preocupar em certa medida com as redes sociais, os e-mais que precisariam ser abertos, trabalhos a serem feitos. Mas não estava na faculdade, nem muito menos existia Facebook nesta época. Procurava, nas horas vagas, ler alguma coisa. Mas não eram livros para infanto-juvenis: Nietzsche, Platão, Aristóteles.
      Passados dias, semanas, estava ele deitado em sua cama, da mesma forma como fazia sempre, e percebera que começava a sentir saudade de seus amigos na faculdade. Apesar de poucos eram únicos e muito especiais para ele. Hoje eles devem ser tão crianças quanto ele foi um dia e nada saberiam sobre quem ele é ou será no futuro. Provavelmente nunca mais os veria... Esse pensamento doeu tanto que fez brotar lágrimas nos olhos e passou um calafrio por todo o corpo. 

-- Quero meus amigos de volta!! -- brada com voz de choro, escondendo os soluços no travesseiro da cama.
-- Que foi isso meu filho...? Ouvi seu grito da cozinha... Seus amigos tão te fazendo mal? Que eu vou lá na escola puxar a orelha de todos eles!
-- Não, não mãe, não é nada não...

Ambos se abraçam e um tempo depois tudo se acalma.

-- Tudo bem, meu filho agora vá dormir. Certo? Que amanhã vai ter aula logo cedo.
-- Tudo bem mãe.

Permaneceu pensativo no quarto escuro depois que sua mãe fechou a porta. Neste dia fez o que gostava de fazer no futuro, agora passado: imaginar. Mas agora não imaginava coisas no passado, olhava para seu futuro-passado. Sentia falta dele, de quem ele era. Se era popular ou não isso já não parecia importar  tanto ou mesmo se não possuía um belo corpo e um estilo descolado. Lembrava dos dias vindouros com um pesar tão grande, como a maldição de quem não conseguirá encontrar jamais o mesmo caminho que já trilhou uma vez na vida. Os pensamentos encontravam na insônia um bom abrigo na madrugada. Pedro já não se sentia mais o mesmo, talvez não soubesse mais quem é ao certo. Já muito tarde da madrugada o sono chega sorrateiro...

-- Olá, Pedro!
-- Anh? Quem está falando? Onde eu estou?
-- Meu nome é Iranigami, o Deus da imaginação. Este é meu reino.
-- Mas aqui não tem nada, me sinto como alguma coisa solta no Universo...
-- Bem, talvez você apenas não consiga ver. Isto não significa que as coisas não estejam aí... Por exemplo, dê um passo para frente.
-- Ai! Acho que quebrei alguma coisa...
-- Foi só um planeta distante, por sorte não morava ninguém por lá.
-- Desculpe... Eu não...
-- Tudo bem, é natural você não ver estas coisas, até porque você é apenas um humano. Mas bem, o trouxe aqui por um motivo: percebi que você não está contente com o presente que dei. Não era seu sonho voltar ao passado e poder mudar as coisas?
--Bem, sim, mas não saiu bem como o previsto... Me sinto tão desmotivado a prosseguir que se pudesse voltar no tempo jamais pediria para voltar no tempo outra vez, quer dizer, é...
-- É muito confuso o tempo, não? Quando mal acabamos de entrar já é hora de sair. Mas tudo seria mais fácil se as pessoas soubessem que na vida mais importante que o antes e o depois é o durante. O que você faz de seu presente é o que determinará as consequências futuras. Não acha? Sem falar que também jamais conseguiremos ser e fazer tudo ao mesmo tempo, o tudo é grande demais, tão grande que nem somos capazes de vê-lo em toda sua extensão. Se você imaginasse outro pedido, o que seu coração desejaria, de verdade?
-- Se eu pudesse só pediria para ser eu mesmo outra vez... Mesmo que com todos meus defeitos. Acho que já não importa tanto se não sou o melhor de todos, quero tentar ser o melhor de mim, o melhor que puder e ser feliz.
-- Acho um bom pedido... Que assim seja feito!

Uma luz muito forte invade o espaço escuro que envolvia o jovem. O mundo ao seu redor se transfigurava em tons de vermelho. Faíscas anis, verdes e multicolores apareciam e sumiam em sua visão. Pouco a pouco sentia a dimensão de seu corpo, mexia os pés na cama, esticava-se e lentamente acordava. O sol batia forte em sua face, já era manhã. Já era manhã! Correu para o banheiro e se olhou no espelho tudo aquilo tinha sido apenas um sonho.

-- Uffa!! -- suspira aliviado.

Se sentia diferente, queria viver mais. Prometera a si mesmo que nunca mais tentaria ser outra pessoa que não ele mesmo. No presente do indicativo.

domingo, 11 de agosto de 2013

Face de disfarce

Existem tantas vozes esperando ser escutadas,
E tantas outras que permanecem caladas...
Vivemos num mundo onde o medo é imperativo
E olhar nos olhos é um perigo.

São tempos de almas frias
São tempos de escuros dias
Quem te olha na face?
E pra quem você tira o disfarce?

São tempos de almas presas
São tempos de represas
De sentimentos.
E de rebentos,
De palavras.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

HEARTBREAKER

Onde estão meus olhos de metais,
Frios como a brisa da noite?
Eles não olham corações, mas são letais,
Penetram como a chibatada de um açoite!

Venha, vamos fazer um escambo:
Todo meu corpo é teu,
Em troca recebo qualquer coração de mulambo!

Já estou farto de ser assim...
Entregar pra alguém tudo que é meu
E receber nada em troca de mim!

Aumente a música desta balada
Quero pensar pouco, quero ficar louco
Vou ficar no mesmo lado da estrada.
[de quem um dia me fez sofrer...]




domingo, 28 de julho de 2013

Amor mal passado

Seu silêncio é minha kriptonita
And I’m on my knees
Just crying for this:
Dreaming with ‘la isla bonita’…
(Where I can find you…)

A vida me pregou uma peça:
“Antes de o sol raiar,
E a lua se despeça,
Tudo vai sair do lugar...”

E assim fico: sem luas, nem sóis.
Só com o calor dos lençóis
Que cobrem o meu próprio corpo...

E assim fico: preso à liberdade
De nem poder ser seu de verdade
E nem querer algum outro...




quarta-feira, 24 de julho de 2013

Conspiração


O mar lavou nossos pés,
Me trouxe seu perfume a brisa do oceano.
Um segredo escondido: quem tu és.
Mal sabia eu que a natureza tinha um plano...

Muitos dias antes, num belo dia de céu aberto,
Aparecera uma linda nuvem no céu: a chuva está perto.
Mas de suas plumas brancas poucas gotas brotaram
E as flores do campo, todas juntas, murcharam...

Muitos dias antes disso, numa bela noite enfeitada,
Apareceu uma estrela, tão brilhante e adornada,
Mas ao se aproximar de meu mundo seu brilho decaía
E sua beleza dissipando no ar só trouxe em mim agonia...

Mas o mar trouxe consigo a lua
Que entre nuvens continuava a cobrir-se: estava nua.
E clareando no céu ao fundo, o oceano.
Mostrava, mais um vez: tinha um plano
Para aproximar duas almas perdidas...

A natureza mostrava o caminho: o estanque à ferida.
A natureza mostrava o caminho: um amor melhor pra esta vida...
E assim foi: sem mágoas, nem dores.
E assim foi: sem pedidos, nem favores.

Duas mãos se tocavam
Dois corações se abraçavam
Se aqueciam do frio da noite
E na alma se libertavam do açoite.

domingo, 14 de julho de 2013

VI VER

Viver é um poema sem versos, nem rimas.
Viver é uma canção sem estrofes, nem métricas.
Viver é como uma poesia cantada que não faz sentido.

Pois na maior parte do tempo vivemos, mas não vemos.
Sentimos, mas não vimos.
Porque viver é natural, contudo é irracional.

Viver é receber de graça, mas devolver à custa
Uma coisa que jamais foi sua.
Viver é ter vida, mas apenas ter vida não é viver.

Viver é difícil
Ver também
Vi um milagre

É difícil ver um milagre
Vi ver um
É você.

domingo, 7 de julho de 2013

Último adeus

Você disse, antes do fim, o adeus
E deixou comigo a saudade dos abraços teus
Mas agora sou presente e você virou passado
Apesar disso gostaria de ainda estar ao seu lado...

Foi por isso que ainda um beijo te roubei
Pois não me contive, e no tocar de lábios expressei
Toda saudade que, por dentro, sentia...

Não é recalque,
E sim desfalque
Por esta bela poesia
Que se foi de mim um dia...

sábado, 6 de julho de 2013

Abrindo as comportas

Botei uma música pra chorar, e o choro tocou
No meu coração estilhaçado...
Por aqui ter havido um sonho: de estar, pra sempre, ao seu lado...

“É que às vezes pra ganhar poesias precisamos perder amores...”
E eu as trocaria todas por você
Mas isso já não mais importa. Fecho a porta,
Para que em meu coração não entrem mais dores...

Ainda há muitas lágrimas presas...
Impedidas como numa represa
E escondidas como coisas velhas no porão.

Mas ainda há muitas surpresas.
E com este romper da represa,
Quem sabe não encontre uma mão?
[que se encaixe com a minha]




sexta-feira, 5 de julho de 2013

Diário de uma vadia


    Mais um dia ela se contorcia na cama – rolava, esticava-se, e depois... Relaxava. O sol matinal insistia em fazer-lhe abrir os olhos. Eram ainda seis da manhã, mas a rotina começava cedo, teria de se levantar. Levantara-se da cama como se fosse puxada por uma força sobrenatural e caminhara até o banheiro. Olhava-se agora no espelho. Aquele rosto magro, olhos inchados ainda do sono, cabelos bagunçados... Ao passo que escovava os dentes ia ficando mais desperta.
    Sua casa não era bonita, mas tinha o essencial: cama, guarda-roupa, fogão. Não tinha muitos cômodos, na verdade só possuía dois: o banheiro e o quarto, mas a considerar a falta de porta do banheiro poder-se-ia tratar de um vão só. Aliás, não era bem uma casa: morava aos fundos de um comércio, caridosamente cedido por seu dono, o qual cobrava tão somente um preço simbólico pelo aluguel. Por motivos contratuais seu Dedé, como era conhecido pela vizinhança, mantinha uma cópia da chave a qual separava seu comércio do quarto da jovem moça.
    Vitória, a personagem deste drama, era uma moça do interior que veio tentar a sorte na capital. Cheia de esperanças buscava concretizar seus sonhos. Queria abraçar o mundo, queria  conhecer pessoas novas, de todas as coisas a maior é que queria ser feliz, embora não soubesse bem como. A vida no interior não era muito fácil... Lá as garotas são prendadas logo cedo, são preparadas para a vida adulta, onde o sucesso é conquistado por um casamento e a sorte, por encontrar um bom marido, o qual pelo menos ponha a comida sobre a mesa. Vitória sabia de seu futuro ali. Seria como sua mãe: desdentada, as rugas precoces na face a se acentuarem ainda mais com os raios do sol...
    Vitória via aquilo tudo, mas não queria aceitar. Pensava ela que deveria haver um jeito de mudar esta realidade e contornar esta situação. Sempre ouvia sua mãe dizer que viviam assim porque não tinham educação, não se tornaram doutores e tinham de se contentar com o que tinham, pois Deus era bom e haveria de dar saúde para enfrentar as lutas do dia-a-dia e tendo saúde é o que realmente importa... Mas, nada disso entrava na cabeça dela. Não teve muitos estudos e o que conhecia havia tomado conhecimento pela televisão. Deveria ser muito lindo viver como aquelas pessoas da novela das 8... Sonhava em uma vida nem que fosse como a da empregada doméstica da novela, afinal até o pouco que ali era estampado parecia muito para Vitória que, em realidade, tinha muito, muito menos ali.
    Foi pensando nisso que, em um belo dia de céu ensolarado, Vitória decidiu sair de casa. Os brados de seu pai e de sua mãe excomungavam a jovem a jamais pisar ali de novo. E foi assim que a inocente garota veio parar na capital, cheia de sonhos, paixões, mas também de medos e inseguranças, afinal tudo despontava como novo e inusitado. Passou alguns meses pela casa de uma tia evangélica que, também pela caridade, a acolhera em seus aposentos. E ali passara maus bocados: além dos abusos e constantes reclamações que tinha de escutar todos os dias e de todo o esforço que fazia para pagar sua estadia, levantando-se de madrugada para deixar a casa nos trinques, nada recebia em troca se não o prato de comida e ainda era obrigada a frequentar os cultos na congregação do bairro. Não aguentara por muito mais tempo aquela situação e começou a procurar, silenciosamente, emprego pelos comércios da cidade e conheceu o senhor Dedé. A quem muito se empessoou pela jovem e prontamente lhe oferecera um emprego em seu comércio e até um cantinho para morar, caso desejasse. O que ela aceitou urgentemente.
    Passado quase um ano Vitória se questionava sobre seu sucesso ou seu fracasso... O pouco salário que recebia mal dava para comer e vestir-se, afinal as coisas ali custavam muitas vezes mais caro que qualquer coisa comprada no interior onde morava. Precisava ganhar mais. E percebendo isto seu Dedé lhe fizera uma indecente proposta: pagaria todo o seu salário de duzentos e cinquenta reais, sem qualquer trabalho diário, mas com a condição de deixar-lhe tirar certas liberdades com a jovem moça...
    Vitória era ainda virgem e pouco pensava sobre estas coisas no presente momento. Mas como reflexo de uma realidade dura e uma oferta muito atraente para o momento, aceitou a proposta. A primeira vez foi muito preocupante, tremia tanto que parecia estar a morrer de frio e suava tanto que parecia estar no mais infernal calor. Vitória sobrevivera aos toques ardilosos de seu Dedé e fisicamente estava ilesa, mas emocionalmente estava destroçada.
    Apesar de tudo Vitória não desistia, tinha fé em conseguir algo na vida. Sonhava em ter um emprego que bancasse seus sonhos, afinal ainda queria conhecer o mundo – novos lugares, novas pessoas... E foi isso que motivou a jovem a continuar. Pensou de que maneira poderia subir na vida, ganhar dinheiro. Não sabia como... Esteve a pensar inutilmente sobre isso, mas sem sucesso. A grande diversão de Vitória era frequentar à noite a Lan House da esquina. Não pagava tão caro por duas horas de diversão. E virtualmente conseguia afastar-se da dura realidade e também conhecer muitas novas pessoas de diversos lugares, também aprendia muitas coisas novas.
Ia praticamente todos os dias. Batia ponto quase todas as noites. Numa terça-feira qualquer um belo rapaz a adicionou em sua rede de amigos do Facebook. Chamava-se João, tinha 27 anos, sete anos mais velho que ela, era formado em engenharia e trabalhava na Petrobras. Vitória encantou-se com João e aceitou seu pedido de amizade. Papo vai e papo vem, em pouco tempo de conversa a convida para sair. Apesar de muito precoce não poderia deixar esta chance passar batido e acabou aceitando.
    João a pegara em seu carro e juntos foram para a orla de uma praia deserta. Os gestos e olhares de João diziam tudo sobre suas reais intenções. Vitória percebera aquilo, mas em razão das circunstâncias e num misto de medo e desejo, entregou-se às investidas dele. Não demoraram muito, o rapaz era tão rápido no gatilho que em pouco menos de cinco minutos já havia finalizado. Tão rápido que Vitória não teve tempo sequer de perceber direito o que acontecera ali. E foram embora.
    Já descendo do carro João pede que espera alguns segundos e colocando a mão em sua carteira oferece-lhe trezentos reais. “Foi uma ótima transa” – falou. Relutantemente Vitória aceitou. Estava surpresa: em menos de 30 minutos ganhara mais do que esperava todos os meses para receber de seu Dedé. Foi a partir daí que encontrou uma possível solução para seus problemas. Podia vender-se para comprar seus sonhos. E foi isso que fez.
    Não sabemos se a história de Vitória ainda choca pessoas. Provavelmente sim. O fato é que esta é uma realidade de muitas garotas, e também garotos, invisíveis no clarão do sol, e também pela escuridão da noite. Não sabemos se Vitória alcançou os sonhos, torcemos para que sim. Se ela está ou será feliz também não sabemos, mas como ela todos temos esperança de um futuro melhor.

domingo, 30 de junho de 2013

Poesia encriptada

Cabeça meneada.
Olhos vidrados.
Barulho: em todos os lados,
Mas ouvidos que não ouvem nada...

Cabeça meneada
Por fora uma grande geada
Mas por dentro um furacão em chAMAS?!

C-c-c-h-h-s-s-sss... (Silêncio)

O tempo vai dizer s... C-c-c-h-h-s-s-sss... (silêncio)
Afinal não houve nada
Mas por fora uma grande geada
E por dentro um grande furacão...

– Sua mão...?
– Confusão?
– Não, com fusão.




quinta-feira, 27 de junho de 2013

"Quem sou eu?"


Para além do bem e do mal,
Este é você: um simples animal
Que aspira a eternidade
Mas sabe que não é possível de verdade

Mergulhe neste rio, mas tenha consciência:
As águas não são as mesmas
Então aproveite um pouco desta ciência
E não fique preso às suas resmas.
[de um antigo papel ultrapassado...]

Para além do bem e do mal, este é você:
Uma corporificação da ordem natural
E, como todas as outras coisas, tem um final.

Para além do bem e do mal, este é você:
Um pobre animal que tem medo de sofrer
E em sonhos busca uma pobre eternidade...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A vantagem de ser GAY

     Não é a toa que nos chamam de gay ou, traduzindo do inglês, “alegre”, “divertido”...  É que em muitos momentos precisamos ser fortes e estampar um sorriso na cara, mesmo estando destroçados internamente... O mundo afora não tem sido muito agradável e receptivo para conosco. As pessoas torcem o nariz, viram o rosto: mal conseguem esconder o nojo e o ódio que sentem por pessoas como eu, que pecou tão somente por nascer diferente.
     Colocam a mim na mesma corja que criminosos, assassinos, pedófilos... Não importa quem somos ou o que pensamos, mas independente de nossa humanidade, estamos todos condenados a ser uma categoria amaldiçoada a ser limpa pela sociedade. Muitos de nós somos expulsos de casa todos os dias, perdemos “amigos” e nos escondemos em enclaves – muitas vezes temos medo até de sair na rua, sem que alguma lâmpada fluorescente nos acerte na cabeça... –, muitos de nós sequer nos assumimos, encurralados por tantas opiniões preconceituosas e ações repressivas de todos os lados.
   Para ser gay neste mundo, antes de tudo, é preciso saber morrer todos os dias um pouquinho, esvair nosso orgulho, humilhar-se... É preciso também saber esconder-se: vestir roupas socialmente mais aceitas, andar cronometricamente compassados e ensaiados, vigiar nossos gestos e expressões: trata-se de uma questão de sobrevivência! Escondemo-nos de nossa família, em muitos casos, de nossos amigos. Em outros há até quem se esconda de si mesmo! Ser gay definitivamente pode até ser chamado de pesadelo, não pela sua natureza, mas pelo que nos fazem viver: um pesadelo que não acaba com o raiar do dia e que cessa temporariamente à noite, quando estamos desacordados.
    Tentam calar nossa voz, tentam conter nosso grito, silenciar nosso choro, esconder nossas feridas... Pior: querem nos colocar como coisa passível de tratamento, como se fôssemos algo a ser corrigido, ao passo que seguem reforçando um discurso moral – sim, primeiramente moral – de que homossexualidade não é apenas um “desvio”, mas uma abominação, um pecado inadmissível (claro que o projeto popularmente intitulado de “cura gay” não tem nada a ver com interesses de camadas conservadoras, não é mesmo?) e que deve ser exterminado, ou curado – em nome de Gesuis!
    Apesar de uma vida regrada e reprimida não titubeio em dizer: tenho ORGULHO de ser gay. Tenho ORGULHO de ser capaz de entender o sofrimento das minorias. Tenho ORGULHO de saber disseminar alegria, solidariedade e amor, mesmo recebendo como troco um cuspe na cara e xingamentos de toda sorte... Tenho ORGULHO de ser gay, porque, diferente do que tentam me convencer, eu sou diferente como uma rara orquídea, a qual em sendo igual perderia toda sua beleza!





segunda-feira, 17 de junho de 2013

Frozen rain

Eu respiro um suspiro de alegria
E espirro em súbito esta poesia...
Um misto de felicidade e agonia
Por ter descompasso e harmonia
Nas notas desta canção...

Correr na chuva, molhar os pés no chão:
É uma alegria que poucos conhecem
Esquecem que as coisas na vida fenecem...
Os rostos ganham pregas, as mãos arrefecem.
O tempo passa e as nuvens saem do lugar...

Se o medo te paralisa e o deixa congelado
Open your heart, because “you’re frozen,
When your heart’s not open”…

Se a dor ou o medo prende seu coração
Venha, segure agora minha mão
Eu tenho certeza que assim você vai
“Let all the hurt inside of you die”…






quinta-feira, 13 de junho de 2013

Amor de verdade


Só sei que é valioso.
Só sei que é importante.
Só sei que quero mais.

Seu amor precioso
Chegou, e no mesmo instante,
Repousou em mim a paz.

Não parece dizer muito: te amo...
E nas estrofes quero ser sua metade,
Mas, eu não sei se você sabe,
Nas entrelinhas quero ser seu amo...


(Te amo, te amo, te amo)

Então me amarre com as cordas deste acorde
Me enlace neste sonho e não me acorde
Pois quero passar contigo a eternidade
Nos braços deste amor de verdade!

domingo, 2 de junho de 2013

Choro arrebata(DOR)







































Acho que vou sair correndo por aí
Buscando algum caminho que me leve a ti.
Vou sair por aí, gritando por dentro,
Pra ver se o choro me traz o alento...

Corro e caem os pingos de sangue no chão
Do punhal enfincado por alguém de insensível coração...
Meu grito é meu silêncio, quem poderá me escutar?
Me pegue, não me espere, antes que caia a noite
E pelas chibatadas deste açoite eu venha a acordar...

Se este sonho vale ao menos um pouco a pena
E se teu amor tem mesmo as chaves de minha cadena
Venha logo me libertar...!

Mas se nada disso te faz sentido,
Deixe-me assim mesmo: prostrado, caído.
Até que todo o calor em meu sangue escorra
E nesta pele quente reste apenas o frio, de repente...

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Outra vida

















Se Deus me concedesse um pedido,
Não pensaria duas vezes:
Pediria outra vida, só pra viver contigo!

Pois tenho a certeza
Que seu amor é o inverso da tristeza.
E esta chama a arder em mim,
Que ela possa durar até, da vida, o fim.

Hoje você viu flores no caminho?
Estou a ver flores toda hora,
Mas antes só via espinhos...

Até que enfim eu conheci o amor:
Ele parece uma chama,
Ele parece uma flor,
Mas na verdade ela se chama: você.


terça-feira, 21 de maio de 2013

Procura-se: poesia.


Tem algo aqui dentro
Acho que é alegria
Acho que é agonia
Acho que é paixão.

Tem algo aqui dentro
Fazendo parte de mim
Não, não é a solidão:
Findou o silêncio sem fim...

Tem algo aqui dentro
É uma poesia...
Venha à luz do dia!
Mas ela se escondeu.
A música, esta isca, não mordeu...

Acho que é confusão.
Acho que é amor.
Acho que é ilusão:
Penso o que sinto ou sinto o que penso?
Acho que não... Tudo é um processo.

Então se cale diante destas coisas,
Fique estarrecido, mas não no retrocesso.
Faça sol, faça paz, faça amor:
Faça paz, faça amor, faça sexo.
Faça de tudo um pouco até que dê certo.
E eu ache esta poesia.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Cântico da chuva

Eu Caio

Eu caio nos teus braços,
Mergulho nos teus sentimentos,
Me prendo nos teus laços,
Afasto meus desalentos.

Eu Você

Storm, rainbow:
Vês que lindo?
A chuva eu sou.
A luz tinindo:
Esta é você.

Eu chuva

Eu desço sobre as terras.
Lavo e fecundo o chão.
Percorro planícies, altiplanos e serras,
Regando as flores, semeio a paixão.

Você sol

Sua luz me atravessa...
Demoro a cair.
Meu ser te dispersa.
Nossa flor está a abrir!

Chuva Sol

Ambos caem e uma hora se encontram
Na fotofosforilação do amor se somam
E nestas pétalas mostram a beleza de tal união,
Onde gota e sol se deram "a mão".

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Poesia de História


Pode entrar em minha casa...!
A porta está aberta,
A casa está bagunçada...
Não repare a sujeira, está certo?

Certo? A casa aberta, bagunçada?!
A porta está aberta, não deveria estar fechada?
Não, não deveria... O rei que segura o cetro nem sempre vive.
E a lembrança daquele passado belo hoje eu não tive.

Veja! Esta nascendo um novo sol no meu dia!
Não parece brilhoso? Não parece encantador?
Entrem raios de luz, preencham estes vazios com alegria,
Já não quero mais alimentar o fantasma da dor...

Um dia dentro de mim
Um sol dentro de mim
Para iluminar meu ser cada vez que fechar os olhos
E fazer mais leve nesta vida todos os molhos!

domingo, 12 de maio de 2013

12 de Maio: o Dia da Mentira.


Não costumo comemorar o Dia das Mães e sequer me lembro de algum dia ter dado os parabéns a ela por este dia. Ao que tudo parece ela também não se importa muito com esse dia... Se caso ela se importasse seria por pura vaidade de receber um presente e exibi-lo para as outras mães, coisa que, como disse, não costuma acontecer.
Eu sou menos filho e ela menos mãe por causa disso?  Tenho certeza que não. Sempre costumei respeitar muito minha mãe, apesar de eventuais e, não raros, atritos. Por mais que tenha demorado um pouco pra reconhecer todo esforço que fez pra oferecer o melhor que ela podia pra mim – o que aconteceu somente depois de passada a “aborrescência” – hoje eu tenho plena convicção de que a pessoa que sou hoje se deve a ela – mesmo que, em certos aspectos, como referência inversa.
Há lares que prevalece mais o amor, o carinho, o afeto... No meu prevalece a gratidão e o respeito, e estas coisas não são menos nobres que aquelas.  São, sim, diferentes. Estou escrevendo estas coisas pra tentar, se não desconstruir esta visão romantizada da relação mãe-filho, ao menos aproximá-la a uma realidade mais condizente com os contextos familiares realmente existentes. A realidade é que nem tudo são flores e, aliás, na maioria das vezes não são flores mesmo!
É por isso que não me desce pela garganta aquelas propagandas de outdoor: o filho segurando uma embalagem pomposa, enquanto a mãe carinhosamente agradece o presente comprado, normalmente com o próprio dinheiro. Todos estão cansados de saber o interesse mercadológico em torno do Dia das Mães, portanto não vou nem me deter tanto a isso. Talvez o que me interesse agora seja demonstrar o quanto esta noção imaculada de mãe e idealizada de filho seja frágil ou, praticamente, fantasiosa.
É muito difícil lidar com interesses diferentes e são normalmente estes interesses que atravessam o ambiente familiar: os filhos querem A; a mãe quer B; o pai quer C; avós, tios, primos, papagaio, periquito querem D, E, F, G, H... E você acaba ficando na prioridade da letra “Z”. Estes jogos de interesses normalmente rendem muitos conflitos, interiores e exteriores, mas quem viu algum outdoor com mãe e filho brigando? Eu nunca vi... Quem viu atire o primeiro presente!
Por isso que eu não comemoro este dia, pois não consigo conceber apenas um dia pra demonstrar amor, afeto, respeito e gratidão. Há quem ache legal e até quem tente compensar os 364 outros dias do ano presenteando-a com a “geladeira do ano”... Isto tudo, pra mim, não passa de um grande teatro, com uma peça pobre e cheia de farsas românticas.  

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Dor de jumento



Hoje cabe poesia no meu coração,
Pois eu tenho um sentimento:
Sinto a amargura de mais um não
Por, na verdade, ter sido um jumento!

E não soube dar valor,
E errei no alvo do amor,
E não adianta chorar sobre o leite derramado,
Pois o que sobrou foi ninguém ao meu lado...

Triste? E quanto...
Agora estou sozinho escutando o canto
E contando as gotas de meu pranto...

quarta-feira, 1 de maio de 2013

A morte do(eu)


Ainda posso ter a ilusão
De sua pele sobre a minha...
Ainda posso sentir seu coração:
A parada de quem caminha.

Ainda posso escutar o som de sua voz
Chamando-me num mundo de fantasia...
Ainda posso provar aquele sentimento atroz
Apagando a luz de meu dia...

E me levando para um mundo de sonhos,
E me esquecendo do estanque da ferida,
E pensando algo melhor pra esta vida.

Mas isto não aconteceu.
E o sonho morreu.
Morreu.
Doeu.
Eu.


domingo, 28 de abril de 2013

Eu me chamo fome


Aquilo que sentes no estômago
Consumindo por dentro suas entranhas
Contorcendo, no fundo, seu âmago
Avisa que dentro só tem aranhas!

Que fome, que fome, que fome!
É ela mesma, a desgraçada!
Que não nos deixa pensar nada
E derruba qualquer "home"!

Sua presença dá fraqueza,
Dor de cabeça que é uma beleza
Tontura, vista preta, suor frio.

Antes que eu tenha mais um rodopio
Melhor ir logo fazer ali uma visitinha 
A procurar comida na minha amada cozinha!

sábado, 27 de abril de 2013

Triste fim

Ele está disposto a me esquecer,
Eu estou disposto a aceitar isso.
Ele tem medo de sofrer,
Não quis assumir um compromisso.

Portanto é melhor dar um tempo
Que é pra ver se em algum momento
Nossos caminhos voltam a se cruzar...
Mas me pergunto: será...?

Ainda tento não trazer à memória nossos instantes a dois,
Pois sei que, ao fazer isso, só restará para mim depois
Apenas uma alma solitária na praça
Que, a chorar nua, lamenta sua desgraça...

Mas o tempo esfriará esse amor entre nós dois
E destes sentimentos só sobrarão depois
As lembranças de um romance enterrado...
Sob a sombra de nosso passado!

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O menino e o pássaro



Como um pássaro, te vi voando pelos ares,
Pairando sobre o vento...
Eu, sem asas, me pus a correr.
Não podia voar, tentei alcançar você.

Meus pés trôpegos atravessavam o vale.
Olhos mirados para o alto: não queriam te perder.
Via tudo acima: o céu, as nuvens, o sol.
Esqueci-me de olhar para o chão, onde meus pés pisavam...

Um passo, uma pedra, o chão!
E foi assim que dei por mim:
Não era este meu destino...

E já voltando pelo meu caminho,
Sem sequer olhar para trás
Pousa em meu ombro o passarinho.

sábado, 20 de abril de 2013

V1D4 L0K4

O corpo balança no balanço da dança.
Esquece tudo: os pés cansados,
As dores na coluna.

Esta batida do som enche os ouvidos, cala a voz.
Pra quê falar?
Se jogue. Se jegue. Pense pouco, fale pouco.
Viva loucamente!

Por uma noite e uns drinks 
A vida parece estar resolvida...
Pra quê pensar mesmo?
Abafa tudo, eleva o canto, abafa o pranto.
Pra quê chorar?

A vida é isto: party.
Não precisamos da parte
Que perdemos em nós mesmos...

domingo, 14 de abril de 2013

A muda muda



Silêncio: é o que faço neste momento.
O silêncio quando as coisas saem do lugar.
Silêncio que dá voz ao sentimento
Das coisas que não se decidem ir ou ficar...

Silêncio, silêncio, silêncio.
...
Não quero mais falar. Estou confuso...
Os olhos baixos, pensamento difuso
Esquivo, silencioso, amordaçado.

Não quero mais falar,
Pois desconheço este meu lado
Que já não sabe mais rimar...

Esta poesia muda fala da muda
Daquela semente plantada em mim
Daquela semente fragilmente desnuda
Que aparentava não ter fim...

domingo, 24 de março de 2013

ROUPA MOLHADA


Minha roupa está no varal: suspensa, molhada.
Minha vida está no varal, com a alma encharcada,
Da chuva que passou e deixou além do frio
Umas gotas escorrendo no âmago do meu brio...

As nuvens que no céu de mim se afastam
E rompem brados de trovões,
Deixam na memória os raios que se alastram,
Talvez quebrando seus grilhões.

E o vento sereno que acaricia minhas costas nuas,
Além das roupas que secam no varal
Também pedem o calor das mãos suas!

E como cada chuva tem o seu final,
Possa este sentimento ter o seu fim
E deixe, de uma vez, de molestar a mim!




sexta-feira, 22 de março de 2013

Alma nua


Cale minha boca com seu beijo,
Cálido, caliente, não perca este ensejo!
Eles são teus, meus lábios...
Aproveite-os, seja sábio!

Me abrace com seus braços,
Não perca tempo, amarre estes laços!
Pois que todo meu corpo é seu.
Poderia, pois, colar seu corpo no meu?

Sinta o bater de meu coração...
Vamos, agora segure minha mão.
Preciso te dizer agora:
Te amo em qualquer hora...!

Sinta minha alma encontrando a sua
E num eterno beijar-abraçar-sentir
Permita este amor de uma vez fluir
E deixe sua alma nua...

Liberdade é poder-ser

     A vida é feita de escolhas. Escolhas estas que exigem mudança, dedicação e, inevitavelmente, estar preparado para possíveis intempéries. Já dizia Sartre que estamos condenados a ser livres e, assim sendo, podemos exercer a nossa liberdade.
     Naturalmente é de se esperar que o ato de praticá-la não corresponda, na maioria dos casos, em uma atividade pacífica, a qual nos conduz tranquilamente para um caminho que nos realize existencialmente. O exercício da liberdade exige de nós um preço, tanto material quanto subjetivo: estar preparados emocional e financeiramente. Ciente disso, por quê não lutar?
     Mas quem nos assistirá no momento em que "lançarmos-nos" no terreno das novas possibilidades? Acaso ficaremos relegados à miséria e solidão? Creio que não, afinal, apesar de não ser de obrigação de ninguém estabelecer uma relação de "cuidado" nessas horas, a malha social, não de maneira uniforme, assume uma postura empática e moral: não é deste mesmo tecido que surge o ditado popular "uma mão lava a outra"? Portanto não, não ficaremos desassistidos!
     A questão, entretanto, vai nos acompanhando no percurso da alforria sem ser respondida, ao menos não de imediato. E o futuro tão misterioso, tão obscuro permanece escondido por uma trama ainda não desenrolada. Cabe a nós estar preparados para o novo, para o agradável e o árduo, por vezes doloroso. A vida é isso mesmo: explosão, movimento, nascimento e morte das mais variadas formas e formas.
     Cabe a nós confiar sempre e duvidar nunca de nossa capacidade, apostando todas as cartas na nossa auto-confiança. Isto não é auto-ajuda, é a mais pura verdade! Cabe a nós sermos nós!

quinta-feira, 21 de março de 2013

O parecer da aparência


 Em você eu vejo várias faces
Um monte de vocês em ti
Sei que não usas disfarces
Será que “o você” eu consenti?

É difícil alcançar sua essência...
E falo assim como se ela existisse.
Acaso seria assim a existência
Ou tal essencialismo um mero chiste?

Não consigo decifrar seu mistério
Minha já amada esfinge
Ainda não consegui ver seu outro hemisfério
A parte de ti que apenas cinge...

Parece que em cada sorriso há poemas de amor nunca escritos, dores nunca reveladas... Em cada olhar uma doce criança absorta, afogando-se nos próprios sentimentos... Parece, sim, que cada vez que lanças teu olhar sobre o horizonte buscas ser mais forte e mais esperançoso. Mas apenas parece...


terça-feira, 19 de março de 2013

Carta aberta aos pais autocráticos


Já nem sei mais como devo começar este texto... A pergunta disparadora é: são os filhos uma propriedade? Gente, por favor, tudo bem que eu tenho de respeitar as opiniões alheias, mas é INCONCEBÍVEL um absurdo desse tamanho! Filhos NÃO são uma propriedade particular de seus pais! já respondendo a pergunta.
Não são uma possessão por terem sido estes quem conceberam nossa nascença! São figuras, sim, aos quais devemos respeito e consideração. Até porque, poxa, imaginem o tanto de trabalho e de recursos que não são deslocados pra criar um indivíduo! Mas isto dá o direito de um sujeito apoderar-se da existência alheia, assumindo a figura de um monarca autoritarista sobre nossas vidas?
A resposta não é objetiva para muitos e quase nada prática pra maioria dos casos. Afinal, qual destes pais deixaria voar assim tão facilmente "algo" que lhe custou tanto esforço e dedicação? E não falo aqui só financeiramente, mas moralmente também! Certamente, pois há pais e mais pais que cobram um preço simbólico extremamente alto para um sujeito dotado de singularidade e, ao menos teoricamente, de liberdade: o preço de sermos uma massinha de modelar inerte e submissa!
Aprendi na faculdade e também na vida fora dela que somos um campo infinito de novas possibilidades. Aprendi que nós os seres humanos somos livres para traçarmos nossos próprios caminhos e, por mais que nos seja negado isto, precisamos de um lugar para nós no mundo, onde consigamos enxergar nossa existência mais própria, assim como defendeu Heidegger, Sartre, Rogers, entre vários outros filósofos e psicólogos existenciais.
Não é uma utopia portanto. A lógica natural é um desprendimento de sua prole para que possa ela enfrentar ser aquilo que almeja e deseja para sua vida, e não ser castrado destas possibilidades. Fecham-se os caminhos, cerceia-se a liberdade e acaba aquilo que mais prezamos para a cada um de nós: a dignidade...
Nós todos somos seres dignos de assumir nossa condição de existência, a partir do momento que já possamos caminhar com nossos próprios pés, e já não necessitamos mais de permanecer presos ao cordão umbilical, agora imaginário, que prendem pais e filhos em tal relação desarmoniosa em questão. Deixem seus filhos terem paz, e filhos de hoje, nunca esqueçam de como é mau ter, não apenas o rabo, mas a perna, os braços, em suma, o corpo todo, preso embaixo dos pés!

quarta-feira, 13 de março de 2013

Ele faz amor(im)



Há magia no encontro entre duas almas gêmeas...
Não como almas perfeitas, cálidas.
Até porque tais coisas não passam de ficção!

Há magia quando se encontra uma parte de si no outro
E uma vez doado é já impossível ser igual,
Porque até a ausência torna-se presença...

Amor como esse não é de métrica,
Mas de versos livres que topam seguir
Seus rumos quase nunca sempre iguais

Amor como esse não é de rima
Embora possa, e deva, existir em cada verso
Um toque de beleza e poesia...

Se "só se vê bem com o coração"
Já consegui ver além de meus olhos naturais
Para além, e cada dia mais além, dele que faz, ele faz...





terça-feira, 12 de março de 2013

"Página da web não disponível"


Agora é manhã de uma terça-feira (quase às 10h da manhã, pra ser mais exato). E nada tenho pra fazer... Nada? Não, não exatamente "nada": tenho muitas atividades da faculdade textos que devem ser lidos, reflexões que devem ser feitos e trabalhos que devem ser redigidos. Ora, por que digo então que tenho "nada" pra fazer? Ah, desculpem-me, é que me expressei mal: não é que não tenha nada, praticamente falando, pra fazer... O fato é que tenho nada a fazer, ou seja, nada que possa ser feito para mudar isso... Estou sem internet!!

Logo, como poderia baixar minhas atividades e o material a ser utilizado? E ainda que me negasse a fazer tais exercícios, como poderia conversar com meus amigos? Sim, porque muitos deles encontram-se on-line em seus respectivos ‘Facebooks’, esperando ansiosamente alguém para confessar suas angústias, soltar aquela boa fofoca ou, simplesmente, trocar uma ideia...

As horas, minutos e segundos parecem badalar um pouco mais lento... Um pouco não, parecem estar voltando no tempo! Nossa! Como é difícil viver sem essa internet! Como é difícil passar um dia sequer sem alimentar esse vício! Pareço até um preso vislumbrando a rua enquanto fica encarcerado pelas grades intransponíveis de uma conexão sem internet! "Sem acesso à internet", me informa invariavelmente o perfil de minha rede. O "gato" já vem do vizinho. Como poderia ele deixar de pagar a conta de tão essencial item nas nossas vidas?!

Não consigo entender... Mas o tempo que parece sobejar um pouco em meio a uma vida cada vez mais artificializada, academiada, corrida e também cada vez mais cibernética, porém me leva a fazer uma coisa que raramente encontra espaço no meu dia-a-dia: pensar e escrever sobre coisas frugais sem que alguém fosse capaz de me escutar. Lembro-me até de quando morava num sítio, em tempos idos...

Era eu criança ainda e costumava brincar solitariamente com aquilo que estava bem ali ao meu redor: pedras, galhos, uma planta e outra, uma poça e outra, até finalmente encontrar no horizonte um caminho infinito de possibilidades de fazer. Eram tempos bucólicos aqueles, mas idílicos, com certeza. Não duvido, de forma alguma, que certa harmonia e singeleza tenham sido inscritas em mim em meio a experiências tão envolventes e peculiares.

É bem verdade que a paisagem ao meu redor mudou bastante: já não se veem árvores ora verdes ora cinzas, conforme o tom das estações; já não se escuta os chocalhos dos jumentos que carregavam em suas costas os tonéis com água pela estradinha de barro; nem se veem casas de taipa, nem donas de casa assentadas em seus peitoris para conversar com as comadres da casa ao lado. A inspiração, portanto, também mudou. Mas não morreu, e guarda vestígios dentro de mim.

De uma alma de menino que ficou parcialmente perdida no mundo adulto. Lotado de coisas para serem feitas, e que me permite, exceto quando teimo em fazer diferente, somente desfrutar dos outros pela interface de uma conexão on-line e pensar quase nunca sobre quem sou e o como exploro este mundo. Minha nossa! Já é hora de eu tomar banho para ir à faculdade! Pessoal, com licença, tenho de ir nessa, ou do contrário chegarei atrasado para a aula...! ‘Té +’! ;-*



quarta-feira, 6 de março de 2013

Sobre os prótons e elétrons*


“O mal do mundo moderno é a liberdade”... Pesada essa afirmação, não é? Também acho. Ela foi feita por um sujeito social, provavelmente pai de família. Imagino nele também a figura de um bom cristão, daqueles que vai todo domingo à igreja, paga todos os seus dízimos e dá esmola aos pedintes. E digo assim tomando como base o perfil de sua foto. Alguém poderia condenar tal homem santo, zelador e propagador dos bons costumes? Jamais, não é mesmo?
Pois é, interessantemente nossa sociedade está repleta de bons samaritanos como esses. Sujeitos que são exemplos de prática moral e cívica. E aqui não desejo recriminá-los por serem como são ou acreditarem no que acreditam, afinal não é um direito que lhes assiste? Eu, porém, na condição em que me colocam e colocam a muitos como eu, não correspondo ao perfil sagrado tão aceito por esses indivíduos.
Pronto, já podemos nos dar as mãos e seguir rumo a um futuro posterior longe de rancores, preconceitos e conflitos? Não... Espera! Tinha esquecido um detalhe importantíssimo: tais pessoas não aceitam, de maneira alguma, aquilo que está além de seu mundo sagrado! Para elas é melhor sentir dor a gozo, fazer guerra ao invés de semear a paz. Para elas é melhor, muito melhor, abrir mão da LIBERDADE e encará-la como um “mal da modernidade” a nos tornar sujeitos livres, apesar de diversos e diferentes.
Como deveria eu me sentir nessa situação? Qual o meu lugar perante a uma sociedade higiênica daquilo que é considerado “anormal”, “desviante”, “ofensivo”, “intolerável”, “ridículo”, “insano” – só para citar alguns– ? Deveria eu me calar e aceitar de bom grado a difamação e, quem sabe, até a tomada de minha liberdade? Eu respondo a esta pergunta: JAMAIS!
Talvez o que mais me irrite, a ponto de ficar em nervos, é que quando é tocado algum objeto de sua crença, defendem com unhas e dentes seus princípios e ai de quem estiver envolvido no “babado”! Alguém se lembra da grande polêmica acerca da retirada da frase “Deus seja louvado” nas cédulas de real ou das declarações infundadas do Pr. “psicólogo” Silas Malafaia? Seu objetivo era claro: converter, a qualquer custo, sem se importar realmente se aprovávamos ou desejávamos aquilo.
Agora, quando o assunto é tocante a nossa categoria, somos um bando de desocupados, de ressentidos, que nos ofendemos tão facilmente, não é? Veja-se o que aconteceu em uma recente matéria publicada no site UOL sobre uma apostila que usava, sim, de uma visão preconceituosa, onde o naturalmente correto seria a junção heteronormativa: homem-mulher. Quer dizer que dois homens não podem, ou não devem se atrair? Em declaração à matéria o diretor da escola afirmou: "O normal é que o sexo masculino seja atraído pelo sexo feminino, não tem nada a ver com homofobia.", então quer dizer que não tem nada a ver com homofobia, mas somos considerados anormais? Que monte de paradoxos ridículos! (Ver matéria:http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/03/05/associacao-lgbt-denuncia-escola-por-material-didatico-homofobico.htm#comentarios)
Reprodução do material sobre o princípio da atração e repulsão
A primeira citação supracitada foi de um desses defensores morais do “mundo moderno”, o qual juntamente com a maioria das pessoas que comentaram tal matéria fomenta e subsidia uma visão religiosa – é isso mesmo, da moral cristã! – e conservadora de visões medievais de existir e ser no mundo.
Só pra finalizar: não sou um próton, nem um elétron para estarem me utilizando como exemplo didático de seus livros infantis. Sou um ser humano, dotado de consciência e de direitos, inclusive da liberdade que querem me tirar. Portanto quando quiserem fazer chacota de mim, e assumirem seu mundinho limitado de ser, faça-me o favor: sejam homens de verdade!

*Texto também publicado em http://blogallysonmoreira.blogspot.com.br/