domingo, 28 de outubro de 2012

Darkness fantasy


     Tentei respirar esperança enquanto só haviam sentimentos dentro de mim. Olhei para o espelho: ainda me lembro de estar chorando baixinho. Mas que merda é essa que invade meu coração? Que agonia é essa e de onde vem, sem causa, sem razão?
      Penso escutar um piano vindo de algum lugar. Descanso minha alma e deliro... Procuro nos meus sonhos seu rosto, seus olhos olhando fixamente os meus. Posso até sentir seus braços entrelaçando meu ser de um lado a outro, me levando para mais perto de você. Nossos corpos conversam, nossos lábios se perdem, sussurros...

       ...Suspiros...          
    
     Não quero ainda abrir meus olhos para, assim, poder vê-lo ainda mais um pouco. Esses cabelos cor de mel... Sim, meu coração bate, esperneia-se, arrebata-se: ele não quer ficar longe, de você que está em mim, mas que não sou eu! Tu, que sequer fazes parte de mim, mas que não consigo deixar de desejá-lo...
     Sim, eu te quero! Sentir seu calor emanando junto com o meu, embaçando os vitrais de nosso quarto. Sim, eu te espero, mais tarde, nos meus sonhos, onde possamos nos amar...
      Espere, ainda não me deixes... Espere, fique um pouco mais em minha mente!
      
      Oh, diamante de água, escorra de meus olhos! Leve consigo a beleza desse amor de fantasia...
      Música, cante meus prantos! Surrender my voice to your abism, so deep...
      Mente, tome mais um gole desse absinto, olhe apenas mais uma última vez... 
...e durma.
     
      (...)
                                Ator Evan Peters, de American Horror Story.

sábado, 27 de outubro de 2012

Assombroso!




      Não sei o que guardas atrás de sua cortina, oh, Universo! Não sei até onde se espraiam seus horizontes, oh, mar de estrelas! Mas sua beleza inunda meus olhos tão pequenos diante disso tudo, como se sequer existissem. Seu tamanho me assusta, mas sua beleza me convida a apreciar um pouco mais de ti, como num romance eterno, infinito... És tão colossal, tão magnífico que inexistem palavras para descrevê-lo um pouco mais. A mim só me resta uma coisa: contemplar...





















quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sentindo assim

Eu não sei dizer
Como vou dizer
Porquê vou dizer.

Eu só sei dizer
Que não quero ser
Este "ser" assim...

Quero dizer: pare!
Quero que repare
Noutra parte de mim.

Que sofre, geme e clama
Mas que nunca apaga a chama
De um dia poder-ser.

Mas como ser neste mundo,
Se não um "ser" vagabundo?
Que de tão seco e frio
Faz-nos igualmente coisa vil?




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

MEMÓRIA: não se esqueça de lembrar!


“O que é a memória?”: tal pergunta parece ser uma questão bem simples e, consequentemente, também teria uma resposta óbvia, não é mesmo? Não. O senso comum de um grande número de pessoas, em ressonância com o mecanicismo cartesiano, acredita que ‘memória’ é uma parte específica do cérebro a qual seria responsável por guardar informações passadas.
É possível que esta visão seja favorecida pela analogia com a organização sistemática dos computadores (os quais também tem uma peça chamada memória, que guarda funções similares com a “memória” humana). E mesmo que não possa ser asseverado que seu termo tenha surgido com a revolução cognitiva, conjuntamente com as novas descobertas na área da informática, certamente é razoável dizer que eventuais comparações foram, de fato, inevitáveis após o surgimento de tais “máquinas inteligentes”.
Bem, não é tão evidente assim, em primeiro lugar porque o que designamos ‘memória’ refere-se, não a uma estrutura fixa no cérebro (ainda que seja possível perceber a ativação de  áreas cerebrais específicas por ressonância magnética), mas a um PROCESSO ou MODELO, o qual envolve mecanismos de: armazenamento ou codificação   transformação de dados sensoriais em uma forma de representação mental  , retenção ou armazenamento    a manutenção da informação já codificada na memória    e recuperação    que constitui no acesso às informações de experiências passadas armazenadas na memória.
Segundo lugar porque, apesar de nomearmos este sistema de armazenamento e de recuperação de dados, conferindo-o especialidade e, portanto, “tarefas singulares”; em se tratando da atividade holística das funções cerebrais, nota-se uma integralização das diferentes áreas relacionadas, por exemplo, com as emoções ou com dados sensoriais, configurando dessa maneira um continuum destas funções mentais e, irredutivelmente, suas inter-relações.
Abordando agora sob a ótica evolucionista: por que é importante termos uma função cerebral denominada memória?  Segundo os conceitos evolucionistas, um dos critérios para haver evolução é garantir a sobrevivência do indivíduo. Se, então, não possuíssemos memória seriamos menos aptos a sobreviver no ambiente em que vivemos? Sim, e a resposta não poderia ser outra: em análise filogenética, ou seja, de história de nossa espécie (e de outras espécies também), “guardar” e “recuperar” eventos passados parece ter sido uma qualidade adaptativa, e que nos ajuda, por exemplo, saber que comer amoras é ruim, pois ao comer uma amora em um tempo passado me fez passar mal e, portanto, não devo comê-la de novo.
A função memorativa por consequência também nos auxilia em tarefas utilitárias do dia-a-dia, como “decorar” uma sequência de números de um celular, a fim de anotarmos rapidamente em um papel. Tal memória é considerada de curto prazo, ou memória primária, pois nela são mantidas informações passageiras, normalmente em uso. Outra categoria (desconsiderando os meios termos desta interface funcional) seria a memória de longo prazo, ou memória secundária, a qual é mantida por um longo período de tempo.
A capacidade memorativa também favorece a existência de um “self” ou “auto-imagem”, influenciada pelos fatores sociais, familiares, ambientais e individuais. É óbvio que a existência de tal “self” não seria jamais possível caso não houvesse a qualidade de lembrar quem éramos e, portanto, a relação de continuidade, culminando em como nos vemos hoje.
A memória é tão importante que sem ela seríamos incapazes de lembrar o que havíamos acabado de discutir até aqui. E por falar nisso, qual a primeira palavra do título?

domingo, 21 de outubro de 2012

Resenha crítica do capítulo 1 (“Abrindo a caixa de Skinner”), do livro “Mente e cérebro”, escrito por Lauren Slater.



A escritora, formada em psicologia, tem um estilo muito singular de escrever, o qual não apenas o prende à leitura, em função de sua inquestionável qualidade, mas também, de certa forma, leva-nos a adotar seu ponto de vista, uma vez que recorre, por vezes, a argumentos indutivos – os quais serão referenciados posteriormente   , mas que não os tornam menos importantes por isso.
À primeira mão este dado pode parecer não muito importante, mas torna-se crucial, à medida que nos damos conta que é através do próprio olhar prismático da escritora que aparecerá a figura de B. F. Skinner e que, portanto, será a partir deste mesmo olhar que se farão todas as medidas de apreciação à figura de Skinner.
O capítulo inicia fazendo um rápido levantamento da produção científica de Skinner e apresentando sua mais conhecida ideia: a noção de condicionamento operante, a grosso modo, uma espécie de treinamento o qual geraria um tipo determinado de comportamento. Também aponta para a existência de um “ranço” muito forte com relação a esta teoria comportamentalista, ranço este provavelmente relacionado ao medo que se tinha de que as ideias de uma “engenharia social”, através da prática de reforço e punição, fossem utilizadas por regimes autoritários da época, como o fascismo.
Certamente o temor de que isso factualmente acontecesse levou muita gente (inclusive cientistas) a ignorar e criticar a teoria de Skinner, conforme aponta sabiamente Lauren, criando, inclusive, mitos destrutivos sobre a figura de Skinner e de seus experimentos, da mesma maneira como acontece com qualquer um que, de alguma forma, desagrade os preceitos políticos e morais de sua sociedade. A autora exemplifica este fato trazendo às claras a figura de Deborah Skinner – filha de B. F. Skinner, que foi midiaticamente mostrada como uma vítima hedionda dos experimentos imorais de seu pai e, supostamente até se suicidado, mas que, na verdade, provavelmente sofreu senão por tais opiniões desmedidas.
Ficam muito claros, após a leitura, os objetivos da ciência skinneriana: buscar estabelecer uma ciência demonstrável, que cuidasse de dar relevo à face fisiológica dos mecanismos de  comportamento para, a partir daí, pensar numa aplicação social benéfica e que transpusesse as fronteiras de nossos corpos e de nossas limitações. Obviamente que a referência a estes objetivos é dada a partir das deduções de Lauren, em cima de tudo o observado acerca das publicações de Skinner, e não do próprio, eis porque tais conclusões merecem, não um descrédito, mas um decréscimo do que foi revelado.
Não se pode dizer, no entanto, que a tal “ciência demonstrável” esteja em conformidade com a aquela mesma ciência comportamental proposta por Watson. As próprias concepções filosóficas que guiam as produções de ambos são diversas: Watson nutre sua ciência psicológica comportamental a partir da concepção realista, isto é, de separação entre o mundo interior – inacessível –, e exterior – mensurável –, portanto seu campo de investigação está pautado na busca por determinar os estímulos e suas respectivas respostas; já Skinner segue outro caminho: a linha do pragmatismo, a qual não enxerga economia conceitual em separar o mundo daquele o qual nele vive, não fazendo, pois, distinção entre o que está “dentro” e “fora” de nós.
Skinner, ao adotar o pragmatismo, vislumbra alcançar argumentos não apenas satisfatórios, mas também utilitários - ou seja, que tenham um efeito aplicável, prático. Ciência comportamental pragmática, portanto, se configura como “descrições econômicas e abrangentes da experiência natural humana” (Baum,W., pg. 43). E o behaviorismo radical se centraria fundamentalmente nesta prática conceitual econômica e na preocupação com os termos utilizados.
Obviamente existem muitas objeções ao pensamento científico de Skinner, mas o próprio também, a tantas outras concepções científicas as quais priorizavam o campo subjetivo no estudo do comportamento humano. O presente cientista, tão rigoroso nos seus métodos, criticava bastante os métodos de introspecção, taxando-os enfaticamente de 'mentalistas' e, portanto, sem embasamento científico. Lauren evoca inteligentemente uma possível ligação desta postura adotada por Skinner com a experiência de seu tempo, conturbado pela Primeira Grande Guerra. “Nossa era não está sofrendo de ansiedade, mas das guerras, crimes e outras coisas perigosas”, afirma o próprio Skinner. Levando isso em conta, há de se entender porque o tal procurava firmar uma concepção científica tão pragmática e distante dos questionamentos existenciais.
O que se pretendia era alcançar resultados, soluções. Mas onde encaixar o sentimento, as paixões, a moral, o desejo e a liberdade (só pra citar alguns)?  Não dá para extrapolar tanto o que foi cientificamente colocado, numa tentativa frenética de extrair ideias outras que não foram contempladas por uma teoria, como Lauren faz em certos momentos. Não é inteligente também considerar um cientista tão competente e brilhante de forma a ser capaz de contemplar satisfatoriamente todas as questões possíveis. Cientistas assim não existem! E Skinner, portanto, não é um deles. Não há ódio, nem remorso, apenas fatos. Assim sendo, por que não aceitar o fato de que ele, sim, foi limitado em suas ideias até certo ponto?
Provavelmente é o que o já idoso professor Kagan estivesse querendo falar quando afirmou: “suas descobertas [de Skinner] não conseguem explicar pensamento, linguagem, raciocínio, metáfora ou ideias originais, nem outros fenômenos cognitivos. Nem explicam culpa ou vergonha”. Talvez quisesse dizer simplesmente que a teoria de Skinner é limitada, não dá conta isoladamente destes fenômenos e que o humano envolve uma complexidade tão expressiva a qual não se explica em simples teoremas matemáticos.
Várias outras concepções da psicologia, como a psicanalítica, a fenomenológica e até mesmo a social, somam opinião contra a essa provável simplificação do universo humano - a qual considera nossas ações meramente como reflexo de experiências “on-off”, de reforço ou punição. Não existem apenas dois ou quatro caminhos disponíveis, mas toda uma cadeia inimaginável que constitue o 'ser' humano, gerando uma intrincada teia de complexidade, e que aumenta ainda mais quando interagem entre si, formando o seio social. Há de se precisar compreender os significados que CADA INDIVÍDUO, singularmente, oferece e recebe do mundo. Há de se considerar os aspectos subjetivos, e não tão facilmente enquadrá-los em rótulos como “mentalismos”.
Por que, assim como verificamos a expressão da resposta a um dado estímulo, também notamos a existência não só da ação, mas da vontade, e é a partir dela, da vontade, que somos e atuamos no espaço. Eis aqui um ponto em discordância com o apresentando por Lauren: diferente do que a própria afirma, não é coerente explicar a “insensatez humana” tão somente como fruto de um “comportamento irregularmente recompensado”. O que falta a tudo isso? A autonomia, a qual ao passo que a temos nos é extraída, ou negada. Óbvio que haveremos de concordar, ainda que não unanimemente, que a autonomia referenciada não se concretiza na forma de “livre-arbítrio”, noção esta profundamente atrelada ao equivocado dualismo cartesiano, bem como a certas correntes religiosas. Mas, sim, como potência: de decidir o que, onde e por que fazer. Quem sabe pensar desta forma até não teria extirpado o medo que se tinha contra os regimes fascistas de seu tempo?             
Provavelmente o desvio de um possível “furo epistêmico” em relação ao que foi escrito por Lauren esteja no fato de ela ter trazido mais de perto a face humana de um “cientista-humano”, o qual sempre olhamos tão secamente como se fossem realmente meros códigos expressos numa folha de papel. Eis a salvação de seu belo texto, poeticamente escrito e que traz, sim, luzes, caminhos, para entender a figura ilustre de Burrhus Frederic Skinner ou, conhecidamente, Skinner.

"Abrindo a caixa de Skinner"     >  psikke.com.br/file/download/18092

domingo, 14 de outubro de 2012

Birthday

      Hoje, 14 de Outubro (informo como se não fosse possível ver no índice das postagens ao lado!) é meu aniversário. Nasci há vinte anos atrás, numa cidade que nem eu conheço    Pombal, PB. E olhem só que nome! "Pombal"... As mentes férteis já sabem o que todo mundo pensa quando se vê um nome assim...                
      Mas, enfim... 20 anos! Não sei se estou "grande" ou ainda guardo minha infância um muito contida dentro de mim, afinal a idade não diz muita coisa sobre as pessoas. Perguntem a um idoso se sou jovem, ele me dirá que estarei cheirando a xixi, mas se perguntares a uma criança certamente ela me achará tão velho quanto seus pais (se bem que hoje em dia existem pais mais novos que eu!). Questão relativa essa...
      Hoje nem está parecendo um "aniversário", não aos moldes de quem faça questão de fazê-lo com bolo e outras coisas mais. Não quero isso e nem me sinto bem neste exato momento, pra falar a verdade, pois  creio que aquilo o qual desejamos no dia de aniversário eu já tenho todos os dias, com meus amigos, ou, melhor dizendo, com meus próprios irmãos!
      Acho que minha maior felicidade neste momento, neste dia, é estar vivo e poder sentir, poder respirar, poder ver, contemplar... Gostaria, sim, de viver 100 anos, ainda que viver neste mundo seja tão árduo (e é, viu)! Hoje, só por hoje, não quero estar preocupado com meu futuro, nem com as dores de meu passado. Quero olhar-me no espelho (vocês já notaram que adoro espelhos? Se não percebeu basta olhar na descrição deste blog    logo abaixo do nome dele   "espelho de nossa existência") e ver quem SOU HOJE, no presente do indicativo.
       Bom, não quero falar mais, vou fazer outra coisa. E obrigado aos que comemoram comigo a lembrança do dia em que apareci neste mundo!

sábado, 13 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Efeito placebo

     Meus pés percorriam rapidamente a passarela, desvencilhando habilmente dos outros transeuntes que vinham na direção contrária. Tinha muita pressa e continuaria assim, não fosse escutar uma familiar penetrante voz feminina que surgia atrás de mim: era minha colega de classe, Joana!

   Victor! Espere!    grita Joana, acelerando o passo.
   Olá, Joana! Vai para casa?
   Vou, sim! E você? Para onde vai com tanta pressa?    pergunta ainda ofegante.
   Vou para casa também...
   Ué, mas vai ter festa, alguma coisa...?
   Não, não...

     Nossas expressões, bem como nossos passos, não ressonavam naquele momento: ela andava calma e compassadamente, sem entender muito bem o motivo de um andar tão apressado como o meu, enquanto eu, com meu ritmo frenético, insistia em fazê-la andar um pouco mais depressa, para que me acompanhasse.
Passado um breve silêncio, volta a perguntar:

   E então? Por que corres como um fugitivo?
   Ah...! Não sei... Sempre andei assim!    me esquivo, sem conseguir uma resposta mais plausível para aquela pergunta.

     Em questão de segundos mergulhei num mar de idéias e recordações, tentando buscar alguma vez em que não desejei andar tão rápido... E, mesmo vasculhando muitas memórias, percebi que poucas foram as vezes que andei devagar, sem a preocupação neurótica de obedecer a relação matemática do espaço percorrido em função do tempo. Notei que foi na companhia de amigos que dei meus passos mais lentos, mas que desfrutei   mais longamente a alegria de estar com eles.
     Por que corria tanto, sem uma necessidade aparente? Nunca havia feito esta pergunta a mim mesmo, e agora estava a me questionar o por quê de correr, se após isso iria praticamente ficar sem fazer nada! Mergulhei mais fundo, e tentei notar o que sentia quando andava devagar: um desconforto, não sei... Alguma coisa que talvez sinalizava para mim inaptidão, perda de tempo, desperdício de um tempo finito para simplesmente andar mais devagar! Não é uma loucura?
     Ninguém simetriza seus passos a partir do tique-taquear dos ponteiros de um relógio, mas eu, inconscientemente, estava fazendo aquilo. Nunca consegui comer devagar, nem fazer nada devagar, nem ao menos ler devagar, minha vida estava sendo escravizada pela pressa de fazer tudo em tempo recorde! Olhei para meu caderno e imaginei os textos lá dentro guardados: todos eles estavam lidos pela metade, porque não tive paciência de lê-los ao todo! "Irresponsável!"   iriam me condenar os discípulos de Barrabás.
     Mas, apesar de nunca sermos capazes de descobrir a causa completa das coisas que nos fazem ser como somos e fazer o que fazemos, algo estava a se mostrar nestes meus pensamentos: eu parecia estar a fugir de algo, não sei se da morte ou se da vida, mas a fugir... A vida... Por qu...? Olhava Joa... Oi, Vic!...t! o... Victor!?

   VICTOR?! Você está bem?    pergunta Joana, assustada.
   Anh? Estou, estou!    respondo confuso.
   Você ficou assim com essa cara de abobalhado um tempão e não falava nada!
   Ah! Não... É porque estava aqui pensando na prova de amanhã...
   Sim... Entendi. Então tá, meu ônibus chegou! Tenho de ir, tchau!
   Até amanhã...
     Eu atravessara toda a passarela e nem havia me dado conta! E quanto tempo eu estava com Joana na parada? Também não sabia responder. Meu ônibus passou logo em seguida e eu, correndo mais uma vez, tento alcançar o ônibus já cheio.
 
     LIÇÃO DE MORAL: Correr faz bem pra saúde, mas correr demais afina as pernas!
   
   




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Quando a dor fala mais alto: entre pais e filhos.

Pais: eu o tive, eu o criei, você me pertence, é meu e eu mando em você!
Filhos: quero voar! Não estou preso a você! Não sou uma propriedade e tenho meus direitos!
Pais: compro suas coisas, o alimento, pago sua escola e sua diversão! Me deves, me deves muito!
Filhos: não é justo! Assim não fizeram também seus pais? Acaso pagas em parcelas até hoje?
Pais: me deves respeito! Que absurdo falares a mim com este tom!

... Filhos: prefiro morrer a ser quem não sou! Fugirei de casa! Abraçarei o mundo! Serei livre!
... Pais: morrerás ao relento! Quem o socorrerás?! O mundo é forte, é mau! Filho ingrato!

     Um dia, há muitos anos atrás, observastes no olhar de seu filho, tão pequeno, tão indefeso, alguma coisa boa... Quando devolveste de volta o tenro olhar, não se prometiam ser felizes? Que aconteceu no caminho? Onde se perdeu aquele olhar de esperança? Onde terá ficado aquele silêncio que permitia se escutarem um ao outro?

... Pais: sei o que é melhor para ti, meu filho, obedeça-me!
... Filhos: sempre fui servil aos seus preceitos, preciso ser eu, ainda que me custe muito! Não me renderei!

Até quando este debate continuará a existir? Esta história terá um final feliz?

... Pais: Não queria que partisses... Meu filho! Eu o amo tanto... Não...!
... Filhos: Não pedi muito, apenas sua compreensão...
... Pais: Não me deixe...
Filhos: Adeus
Pais
                                                                                                                       Filhos









Pais







                                                                                ...
Amar é ter a síndrome de abstinência do coração... 
(By myself)

Amor de irmão

Algo dentro de mim me queima
E, em chamas, pede o perdão
Por este pobre coração que teima
Em sonhar que tu me amas...

Algo dentro de mim ainda chora
E com lágrimas contidas implora
Um abraço apertado de irmão.

Mas não penses demais: meu ser difere
Este amor sutil e belo, que não fere,
Da incontrolável paixão.

Como é possível acreditar em amores que não amam a fundo,
E que os amantes falem a língua do pecado?
Pois nada poderia ser mais santo neste mundo
Que este simples querer estar ao seu lado...