sexta-feira, 27 de julho de 2012

Remédio pra "non sense"

     Vamos fazer uma arbitragem, ok? Vou me referir a todos os "pensadores", os grandes nomes (Descartes, Platão, Nietzsche, Kant, etc.) de "X", tudo bem? Vamos lá, todos eles escreveram coisas, muito interessantes por sinal, mas como resgatar seu pensamento original? Ler tudo, você pensou. Acaso isso seria o suficiente? Ou melhor, seria minimamente suficiente?
     Não vou dar respostas prontas, até por que não as tenho certas, mas apesar disso fico bestializado com a falta de bom senso de muitos, inclusive daqueles acadêmicos que não se preocupam em notar a falha que cometem ao fazer uma leitura, ainda que aprofundada, mas sem perceber a vaguidão das palavras sem contexto... "Pensador 'X' disse isso", mas o que ele realmente quis dizer? Será que ele não estava só poetizando ou meramente escrevendo alguma coisa sem compromisso?
     Alguém, alguma vez, me refutou dizendo que caso eu entre no âmbito do "e se" não iria chegar a lugar algum... E dar voz a uma interpretação paradigmática vai me fazer chegar? O pior de tudo é saber que alguns encaram o que os "X" escrevem de uma certeza! É quando o barco afunda de vez! Um homem pensando uma certeza? É conversa pra boi dormir! Chuta que é macumba! Saravá Satanás!
     É de uma inocência sem precedentes! Mas quem sou eu para repreender, não é mesmo? Um mero leigo que não guardou volume de informação o suficiente para citar nomes de grandes "X" ou saber minimamente que seja recitar seus pensamentos.
     Ainda bem que esse fenômeno macabro não acomete todo mundo! Sim! Ainda temos almas sensatas nesta terra! (Me perdoem a pausa, é que odeio déjà vu, e pra não dar o ar da graça a ele escrevo isto aqui confirmando que fiz algo que ele não me revelou, mas voltemos). Existem ainda pessoas cientes de que o "gênio maligno" Cartesiano nada mais era que uma ilustração, para elucidar melhor aquilo que não conseguia expressar por outras palavras e também que o "mundo das essências" de Platão era uma viagem viajada demais e só a utilizou para aquietar a pulga atrás da orelha que sempre teve sobre as coisas e suas causas.
     Portanto concordo com Slavoj Zizek, quando concluiu que a ciência tem se tornado monstruosa demais devido ao seu crescimento desordenado, e a solução pra isso é o bom senso! Veja: é bom, de graça e nos livra de solipsismos desagradáveis!

Todo humano...

     ...Caminha, sente, come, sorri, chora, sonha, come de novo, deita, dorme, faz sempre as mesmas coisas, pensa igual, pensa diferente, canta, dança, lê, sente fome, sente dor, é humano! Está caminhando em linha reta, para a morte. Alguns vêem, outros cerram os olhos, alguns aproveitam, outros preferem ser medíocres.
     Mas que tipo de pessoa é você? A que sonha e continua sentada? Quem não caminha não anda, não é óbvio? Que tipo de pessoa é você? A que pensa ser o centro do Universo ou a que é mais uma no mundo? Somos os dois não percebe? Centro de nós mesmos e sarjeta do mundo!
     Estão dizendo por aí que só existem dois caminhos... Que absurdo! Só porque eles preferem andar em pares, ainda que opostos, não quer dizer que só existam dois! Tolerância ou intolerância? Respeito ou desrespeito? Liberdade ou prisão? Afinal, de que lado tu estás? Paradoxalmente estás nos dois, és humano, lembra? Humano... És o que mesmo? Obra das mãos divinas ou do acaso? Não me respondas... Não, não quero saber!
      Pois não me interessa julgar nem ser julgado,  não sou digno de julgar, assim como você também não o é! E o que quero então? Quero sempre querer e poder lutar por isso, quero ver graça na vida e flores no caminho, ainda que as pétalas me escondam seus espinhos. Quero passar pela dor e não sofrer por ela, porque alguém já dizia "a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional" (citação de Carlos D. de Andrade).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Eureca!

    Conclusão primeira: o mundo real é o mundo das dúvidas, e não das certezas. Ou seja, se alguém afirma ter plena certeza sobre qualquer coisa ela só pode estar louca! Sim, é verdade... Isso que acabei de anunciar parece se tratar de uma "certeza", não? Ainda que da ignorância das coisas. Dizendo assim pode ser que já esteja louco, inclusive desde quando nasci, em menor ou maior grau, mas não. Ou pelo menos penso que não...
    Inclusive é bem provável que concorde comigo sobre a existência de certas "possibilidades prováveis demais", que não certezas, pois que já disse que eram muito complicadas para serem verdadeiras. E, a caráter de exemplo, cito a religião, tema muito tentador e que aglomera muitos ávidos por discussões ou até brigas reais! Mas não é à toa, vejamos o porquê: de um lado os religiosos acreditam que aquilo o qual pregam é a  certeza e dela não abrem mão, nem que Jesus transforme toda a água do mar em vinho! Do outro lado estão os céticos, ateus, cientistas e os cientistas céticos ateus, defendendo ser a religião uma grande ilusão, algo como um conto de fadas.
    Neste embate, quem está certo, isto é, quem tem a certeza das coisas? O cientistas céticos ateus ou os religiosos? Curioso para saber? E se eu te dissesse que não sei a resposta? Seria um absurdo? É justamente aqui que entra aquilo que falei sobre "possibilidades prováveis demais". O que é mais provável acreditar: em fatos, e por isso comprováveis, ou em fé? Ok, fé é fé, é algo tudo ou nada, assim como a mega sena, ou é ou não é, ou ganha ou não ganha.
    E alguém já dizia que opinião é igual ânus, cada um tem o seu, e como não poderia fugir a essa regra, também tenho o meu, quer dizer, a minha, e opto pela abertura que a dúvida permite: novos ensejos, novas possibilidades, coisa que o caminho da fé não permite, visto que a dúvida é tida como coisa do diabo.
    É uma discussão tão complicada, que já leva milênios e não vai ser agora que a destrincharei, todavia posso, sim, defender um ponto de vista, aquele que permite ser, e não o que diz que "é", pois "o que é" não sei, sei apenas o que poderia ter sido e "olhe lá"...!
   
   
    Mais opinião: Segundo Marilena Chauí, em Convite à Filosofia, a loucura é pertinente à "pessoa que inventa uma realidade existente só para ela" e a razão, oposta à loucura, "se refere a uma realidade que é a mesma para todos, ainda que não gostemos das mesmas coisas".

IMPORTANTE!

    Blog, blog, blog! Que sede é essa de escrever qualquer porcaria? Acaso vomito alguma coisa que não me caiu bem? Quero ser hipócrita o suficiente para dizer que sou hipócrita, mas ainda assim não tanto a ponto de afirmar está tudo bem e que não há nada com o que se preocupar! Que sede desraigada é essa de ser visto? Acaso a quantidade é melhor que a qualidade? Jamais!
    Portanto quero pedir desculpas... Sim, sinceras desculpas! Pela falta de postura compromissada com a boa escrita e de conteúdo, a qual minha conduta vinha se afastando ultimamente, postando qualquer coisa, ou pensando em postar, com o mero intuito de ser visto!  Digo mais: ainda que um milhão de pessoas lesse e gostasse, se as coisas aqui postadas não forem feitas com a meticulosidade de um lapidador apaixonado e, mais que isso, compromissado, de nada serviria!
     Já tem coisa demais escrita nesse mundo e a grande maioria de porcarias inúteis, não quero ser mais um nesse chiqueiro!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

De mão no queixo


     Sou mais um no mundo, mas quem sou eu e o que é o mundo? São sujeitos sem predicados... São? Eu vivo, logo existo? O existir depende de estar vivo? Acredito que sim... Você não? Discussões enfadonhas essas e já estou cansado... Que dure enquanto eu dure e respostas eu não tenho, nem outros terão, só enganos... Palavras soltas... Coisa louca, né? Mas deixe estar... Nada faz sentido nessa vida mesmo!  Nem a própria vida: o acaso do acaso...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

FOREVER ALONE


Abraço os braços
Preciso ser amado...
Aperto os laços
Não aguento mais esse meu lado
Que anda sozinho...

Finja que me ama!
Não, não me deixe aqui...
Sozinho nessa lama!

Faça de conta que sou seu amor
Adoce minha vida
Acabe essa dor!

Cante comigo uma canção
Olhe nos meus olhos
Aperte minha mão
E diga que me ama...

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Resposta à "NOSSA POESIA"


Não sei se existem espelhos que reflitam tamanha semelhança... Não, não existem. E ainda que mostrem com fidelidade o que está por fora, nada são capazes de dizer sobre o que há por dentro... Tens o cheiro de meus dias que ainda não vivi e que me querem avisar, pois sou ainda como criança, também tenho medo do mar... Entre nós nunca houve jogo de forças, é verdade, nem poderia, qual reino subsistiria lutando contra si mesmo? E poesia não é beleza, nem estética, acabo de confirmar, é um diálogo entre almas, que não gêmeas, nem semelhantes, e sim que são uma só.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Olhos abertos/fechados

Quero sonhar um pouco contigo
Fechar meus olhos e mais que um amigo
Dizer que te amo...

Quero que sejas o sol do meio dia
Reluzindo forte em minha face
E sua voz uma doce melodia
Sem vergonha. entrave ou disfarce.

Quero que saias do mundo de meus sonhos
Para viver comigo a plenitude
E que não leve um dia ou dois
Mas a eternidade e sua infinitude...

domingo, 15 de julho de 2012

Passos calados

    Mesmo quando os lírios do campo cansarem de gritar seu nome quero poder ainda escutar o sussurro do vento me trazendo um pouco de você... Que os riachos  não cansem de representar esse amor que sinto, nem as manhãs a saudade de seu corpo junto ao meu... Que uma melodia qualquer seja sempre capaz de me recordar a você... E que nunca se acabe essa poesia e a vida pareça ser sempre mais leve. Que o amor ainda exista e, ainda que tudo saia do lugar, que tu estejas aqui, perto de mim...
Natal, 15 de Julho de 2012.
A mim mesmo:

     Bom dia, querido Victor! Gostaria de mandar sinceros abraços, tenho em mim muita vontade de abraçá-lo e dizer o quanto tu és importante para mim, pois sem você não poderia existir. Tenha calma para resolver seus problemas, você vai sim resolvê-los todos com muita maestria, conheço-te nas palmas de minhas mãos! Afinal, você sou eu e eu sou você! Me ame muito, assim como eu te amo, e não deixes que as dores e as angústias desta vida te calejem e te derrotem, tu tens mais força do que pensas!
    Não maltrates seu corpo com comidas saborosas, mas sem saúde. Alimente sua alma, massageie seu ego e faça sua vida ser feliz!
    Mais uma vez digo que te amo acima de tudo, pois se não te amasse também não me amaria! Te amo! Te amo! Te amo!

De: Victor Hugo.
Para: Victor Hugo.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ATENÇÃO!

    Você que está a visitar meu blog, que tal deixar um comentário ao ler uma postagem? É a partir delas que vou tentando melhorar meu blog e, afinal, uma forma de reconhecimento de meu trabalho... Muito grato a todos!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O preço da fé

     Há dores que não são expressáveis, como esta que estou sentindo. Uma agonia, não sei... Daquelas em que a mão fica fraca para escrever e a comida preguiçosa de engolir. E o motivo desta desgraça que me corrói por dentro é que estou num cárcere. Aprisionado em celas invisíveis. Sim, invisíveis! E não há prisão maior que dentro de sua própria "vida normal".
     Numa guerra tentam prender o corpo, e isso não é fácil, imagine se a guerra for dentro de sua própria casa?! Lugar onde, teoricamente, deveria reinar a paz? Eu diria ser esta prisão muito pior, pois não prende seu corpo, mas sua alma!
     Estou preso... Amarrado nas cordas de uma fé que não é a minha, e na qual minha família é tão devota. Fé esta que prega a liberdade e a salvação, mas que oprime a vida daqueles que preferem não crer nela... Assim sou eu, submisso como gato novo num covil de cães! Incapaz de dar agora qualquer passo sem ser dilacerado pelas circunstâncias da vida!
     Sou como lagarta dentro do casulo, preso ao tempo de renascer, em outra forma, mais livre, mais autêntica...

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Não leia!

    Seu cérebro está lendo o que está sendo escrito aqui. Espera, você não tem o direito de dizer o que estou fazendo agora! Como podes?! Fazendo de novo? Ok, desisto. Já que queres brincar diga-me no que estou pensando agora! "Quero ver só se ele acerta!". Como...!? Como você conseguiu fazer isso?! Alguém nunca te disse que não tem graça delinear o que os outros preferem pensar não? Que saco... Pára "mermão"! Vai ver só eim!
    Ok, parei.

terça-feira, 10 de julho de 2012

O elo entre nós e as formigas

    O mundo tem mais de 7 bilhões de pessoas! Não é impressionante? Sim, é. É tanta gente que perdemos a dimensão de pensar todos os rostos e todos os sujeitos existentes, que apagam e acendem a todo momento! 
    É tanta gente que perdemos nossa própria essência... Quantos no mundo sabem de sua existência? Acho que é essa a questão que explica o porquê de tanta gente querer ser famosa, ser vista pelas outras e  sua existência reconhecida por muita gente. Elas precisam da confirmação dos outros de seu ser que é, mas não sabemos como seja.
    Não queria aqui nem entrar na questão do anseio de viver que nós temos, mas é necessário referir a isso, uma vez que somos seres agonizantes pela vida, respiramos pesarosamente para viver e estamos pré-programados para lutar por ela. A vida... A "coisa" mais impressionante para nós, tão impressionante que inventamos as religiões para salvaguardá-la, conferir legitimidade e sua continuidade em outros planos longe daqui.
    A vida, uma questão tão indissolúvel para nós que por mais que cogitemos a desvendar seus mistérios o máximo que encontraríamos seria a nossa nudez diante do Universo. E o que passasse desse ponto seria anseio de viver, de não querermos ser nada no meio do tudo. Muitas vezes sou condenado por pensar nisso! Imaginem! Querem colocar em minha cabeça que não tem futuro imaginar as não possibilidades, aquilo que pode ser engano para todos nós! Acreditar na maioria das coisas que os outros de nós falam é pedir o silêncio para a dúvida. "Nós temos a certeza, então cale-se!".
   Precisamos ter um objetivo divino? Precisamos saber se viemos do acaso? Afinal, somos capazes de obter respostas sobre isso? Para muitos pensar nessas coisas causa até mal estar, sentem um profundo desconforto de se sentirem pequenos. O que me faz perguntar: e somos o quê por acaso? Gigantes?! Somos como formigas, miríades de formigas, aleatóreas no seu trajeto e cientes, no máximo, do outro formigueiro ao lado.
   Os que me conhecem já sentem até abuso de me ouvir falar que a minha única certeza é a ignorância, de quem sou, para onde vou e o que representa tudo isso. Que Sócrates me escute nessa hora, porque "só sei que nada sei".
 

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Carta aberta aos sonhadores


    Vamos falar de um assunto delicado, de sonhos! Ora, quem nunca tem ou teve um sonho? Não daqueles que você tem quando está dormindo, ou quase isso. Refiro-me aos sonhos de vida, aos quais tanto almejamos e cogitamos em nossa mente.
   
    Algumas pessoas sonham em ser ricos, famosos, reconhecidos e tem até os que sonham em ser bonitos, por que não? Já não é tão difícil sonhar com isso com a medicina plástica que temos hoje... Bom, o fato é que sua intensidade e tamanhos dependem da potência de cada mente sonhadora.
  
     Óbvio que muitos deles são um pouco complicados demais para se tornarem reais, ou quando não impossíveis. Conhecer a lua é uma delas, ou, não sei... Analisem em suas “cacholas” seus sonhos mirabolantes! Mas é preciso dizer que há outros, de níveis mais acessíveis, como namorar aquele ou aquela menina, ou namorar os dois, vai saber! Estes por serem não menos ambiciosos, mas mais próximos de nós são mais fáceis de realizar.
  
     Mas não dá pra ser tão pragmático como estou sendo, o mundo às vezes nos surpreende com seus planos e aquilo o qual se mostrava tão inacessível coloca-se bem na nossa frente, fazendo-nos até estranhar sua possibilidade! Aconteceu com muitos famosos, os quais estão hoje na grande mídia.
    
     Não é tão mágico quanto parece, apesar de necessitar, sim, de certo “talento inato” (sem querer fazer qualquer alusão ao pensamento de Platão) uma vez que carece de projeção e muito esforço para alcançar patamares elevados. E, se não é mágica, trata-se de exposição mesmo, de um trabalho, de um texto, de uma voz, enfim, de qualquer coisa muito boa que tenha sido produzida.
   
     Você já deve ter percebido que tenho falado de sonhos e da capacidade de realizá-los, mesmo que alguns possam parecer mais longe do que estão, e é exatamente isso! O que define um sonho não é sua impossibilidade, e sim a capacidade de torná-lo real e factício, basta que se pense da maneira certa!
    
     Ora, ninguém vai colher acerolas plantando sementes de goiaba! De mesmo modo, quem poderá alcançar um sonho plantando preguiça, pessimismo, desilusão e retrocesso?! Quem sonha ter um corpo bonito, regime e academia! Quem sonha tirar boas notas, estudos e dedicação! Quem sonha ser famoso, talento, exposição, divulgação e sorte, muita sorte!
     O "mundo dos sonhos" é separado do "mundo real" por uma fina película, cabe a você ter as ferramentas e as ações certas para perfurá-la.

Sono fatal


Para algum lugar
Eis que o vento vai me levar
E vou conhecer a escura noite

A chuva nunca mais vai lavar minha alma
Nem mais o sol será meu açoite
Por que eu vou viajar!
Para sempre...

A grandiosa escuridão
Será meu destino e meu fim
E com um grande clarão
Desfará tudo de mim

Já não saberei mais,
O que sou, o que fui
Pois tudo que é firme e sólido
Um dia se dilui!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Escrever em blog é como vender coentro de porta em porta: alguns compram, outros só olham e já outros torcem o nariz!
O que torna a cultura de "cultura de massa" não é a sua qualidade, mas o público que a assiste. Logo, se o povo quiser a boa cultura, isso sim será das massas e ela não estará na sarjeta, mas no escopo da sociedade!

NOSSA POESIA


Acaso és um girassol que tão brevemente despontas grandiosa flor?
Ou serás como bonsai apenas aparentemente jovem e pequeno?
Tens o cheiro da minha inocência que se foi
Delicada e forte candura
Como águas que emanam límpida e pura da fonte promissora
E vão se empoderando ao longo do curso
Até que encante e enfeitice em forma de cachoeira
Olhos tão cheios de vida
De sonhos
E que, ao mesmo tempo, tentam me contam histórias caladas
Sorriso que teima em aparecer
Mesmo que algo queria o controlar
Como bichinho de estimação
Que atende muito mais sentimentos a ordens
Quanta beleza!
Acaso olho para algum espelho?
Serei assim tão narcísico?
Ou existe mesmo encontro
Metade
Complemento
Tudo que sei é que temo o mar e sua tímida ressaca
Que anuncia um breve devaneio
Só sabe seu sabor aquele que já se jogou
Nos braços de Poseidon
Um chamado silencioso
Suave
Apaixonante
E que num jogo de forças conjuntas
Definir-se-á entre
Bravio ou calmo
Misterioso ou límpido
Caótico ou ordenado
Efêmero ou perene
Eu escolho o mar
Porque sou tão forte e belo quanto ele
Entre nós nunca existiu jogo de forças
E sim uma indescritível cumplicidade
Compartilhada no silêncio de nossos olhares
Que falam mais
E já são a própria poesia

O clamor da natureza

    A natureza sempre foi alvo do sistema sócio-político e econômico capitalista. E é de urgente necessidade sua proteção, como todos sabem, ou deveriam saber, estabelecendo seu uso de modo sustentável.

    É muito deprimente ainda estar falando sobre esse tema, "destruição da natureza", já em pleno século XXI, época em que os homens se acham "sapiens sapiens" demais, mas se mostram os únicos tolos entre todos os animais que designam "inferiores". Tudo bem, muitos concordam que essas designações são conceitos ultrapassados e que necessitamos de mudanças, mas o fato é que estamos deveras habituados a ver a destruição da natureza.
   
    E é por isso que não nos comovemos com a derrubada de uma árvore, de várias, quem sabe! A mesma rigidez nunca é percebida quando se noticia um assassinato ou sequestro. Aos nossos olhos parece muito claro: como não punir severamente uma pessoa que tira a vida de outra?! Esquecemos, entretanto, de analisar as duas faces da mesma moeda: se o assassinato tira a vida de uma pessoa, o crime ambiental tira o direito de todos, inclusive das gerações futuras, de ter uma vida saudável.

    Vejamos uma ilustração do que foi dito: digamos que toda a humanidade, representada na figura de dez pessoas, está confinada numa casa. Certo dia alguém decide se valer de um objeto pessoal alheio; outro dia, um outro morador rouba a válvula do chuveiro, para se valer, sozinho, de toda a água disponível, essa um bem comum a todos. Não merece este a mesma punição que o primeiro ou ainda pior? Trazer este exemplo para a nossa realidade pode parecer muito forçoso, mas a destruição da natureza é tão séria quanto a perda de uma vida e suas consequências igualmente destrutivas.

    Não dá pra negar, as pessoas tem uma visão cética dos fatos e assistem passivas à destruição daquilo que a natureza levou milhões de anos para produzir! Não percebem elas que a vida é um ciclo: comemos, bebemos, geramos dejetos e excretamos, mas a mãe natureza dá um fim para tudo isso, mas até certo ponto. Até o ponto em que a tal já não se encontra mais com os mesmos pulmões ou com suas veias de águas límpidas e saudáveis.

     Em um ano como esse, quando as "potências mundiais" decidem sentar para organizar essa bagunça, seria muito interessante que não apenas discutissem, mas realizassem ações, porque foi aquilo o que conhecemos até agora, e pelo visto, não surtiu efeito! 

terça-feira, 3 de julho de 2012

Tão triste quanto verdade...

O momento mais marcante da vida de um homem não é seu nascimento, mas sua morte, por que não nos lembramos do dia que nascemos, mas vivemos cada dia de nossa morte, antes mesmo que isso aconteça...

RESIGNAÇÃO HISTÉRICA

Mesmo que minha alma chore rios de lágrimas nada se resolveria.
Mesmo que eu me rasgue e me despedace em mil partes, isto também nada seria.

Nem a poesia sai de minha boca
Nem o choro sequer, então.
Só o silêncio da dor me cala,
O corpo parado, olhos fixos, vidrados no chão.

Por que o mundo tem de ser assim?
Contra meus sonhos, sempre zombando de mim?

Parece uma eterna contradição: viver e sonhar.
Sonhar pra viver, e um dia morrer
Sem a vil salvação!

Podre é a mente daquele que me calunia.
Podre é a sua razão.
Podre é tudo aquilo que sai de seu coração!

Que Platão me escute e me livre
Do duro pesar das correntes
Que se arrastam nas mentes dessa civilização!